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O QUE SE FAZ COM A LIBERDADE NA ESCOLA?

José Antonio


   Pensar no passado educacional é sem duvida relembrar-se dias em que a ditadura militar manipulava os princípios do ensino. É retornar ao período mais grotesco de nossa história, onde a liberdade era severamente punida às custas de torturas e a expressão calculada de modo à atender as necessidades do regime ditador.



   Inúmeros professores foram bruscamente torturados ou assassinados por sustentarem uma ideologia determinista que transmitia ao país uma nova concepção de ensino e política. Heróis ou não, marcaram o passado educacional ao mostrarem que liberdade dentro da escola ultrapassa os limites da repressão de conhecimentos.


   Alunos considerados “rebeldes” expressavam-se em musicas, poemas e ensaios sem deixarem levar-se pelo desrespeito nacional, mas sustentando a opinião da liberdade de ação, principalmente na aquisição de conhecimentos.


   Talvez hoje fossem felizes ao verem a atual política, afinal, as escolas não mais estão reprimindo pensamentos de alunos e mestres ou confiscando suas obras como antes fora, pelo contrário, valoriza-se a criatividade, a liberdade de pensamento e o relacionamento amigável entre alunos e professores.


   O “rebeldismo”, que antes manifestava-se em obras literárias, expressa-se hoje no desrespeito que milhares de alunos depositam no patrimônio escolar.


    Paredes pichadas, vidros e portas quebradas, lixo espalhados pelos prédios e desrespeito aos profissionais de ensino. Pensar nos motivos que transformam liberdade em vandalismo causa horror em qualquer pessoa.


    Que motivos têm certos alunos a tripudiar sobre o meio de conhecimento conquistado à força por nossos heróis guerreiros? Quantos professores naquele período foram torturados, mortos ou sequelados para que hoje os alunos pudessem criticar e contestar livremente as políticas e os políticos do país? Quantos alunos saíram às ruas ou sofreram conseqüências para que a criatividade não mais fosse lesada, ou mesmo, partiparam de greves e protestos para que hoje houvesse desinteresse e desrespeito entre eles? Qual o preço à pagar pela liberdade na escola?


    Hoje xingam e ofendem, o que lhes pertence com palavrões e expressões incabíveis, não há mais a antiga ideologia de algo novo, salvo ainda estão os poucos que ainda acreditam.


    O que se faz com a liberdade?


    É necessário repensar tais conceitos, buscar na formação dos cidadãos o respeito perdido, aprender e ensinar que liberdade de expressão e pensamento são opostos de vandalismo e desrespeito e que a escola é o meio de conhecimento dirigido mais acessível.


    E para finalizar gostaria de registrar a seguinte frase:“ Liberdade na escola não significa destruir-se ou anular-se, mas sim interagir!!!!”.


José Antonio de Oliveira é Coordenador Pedagógico, com formação em Ciências Sociais e Geografia, e membro da Paróquia SSma. Trindade. jajpj@yahoo.com.br